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Biblioteca Particular, Parte V

[COLONNA (Francesco)]. HYPNEROTOMACHIA Poliphili, ubi humana omnia non nisi somnium esse docet atque obiter plurima scitu sanequam digna commemorat. 1499, Dezembro

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[COLONNA (Francesco)]

HYPNEROTOMACHIA Poliphili, ubi humana omnia non nisi somnium esse docet atque obiter plurima scitu sanequam digna commemorat. Veneza: Alde Manuce, 1499, Dezembro.

[]4, a-y8, z10, A-E8, F4; [234] ff.: il.; 290 mm. EXTRAORDINÁRIO EXEMPLAR, encadernação inteira de marroquim vermelho, dourado por folhas, ex-libris de Charles Filippi; sem qualquer defeito de maior.

PRIMEIRA EDIÇÃO de um dos mais belos e curiosos livros publicados na renascença, conhecido também como "Canto de Polifilo", está ilustrado com 172 gravuras, 11 delas de página inteira de vários artistas. Porventura o mais enigmático livro alguma vez publicado, a Hypnerotomachia Poliphili é ao mesmo tempo um romance em prosa de quatrocentos, uma viagem alegórica e espiritual ao universo da beleza feminina, da natureza e dos jardins, uma aventura amorosa, um elogio aos prazeres amorosos. O livro começa com Polifilo, que passou uma noite intranquila por causa da sua amada Polia, transportado em sonho para uma floresta onde se perde. Acorda do primeiro sonho para um segundo, sonhado no primeiro, em que é levado por várias nifas até à sua raínha onde lhe é pedido que declare o seu amor por Polia, sendo depois encaminhado para três portões. Escolhendo o terceiro encontra a sua amada com quem é levado para se unirem. No caminho atravessam cinco procissões celebrando a união dos amantes e daí, para uma ilha. A narrativa é interrompida e uma segunda voz aparece, descrevendo os acontecimentos pelo olhar de Polia. Depois de Polifilo reiniciar a sua descrição, Polia rejeita-o, aparecendo depois Cupido e Vénus que convencem Polia a receber Polifilio e o seu amor é celebrado finalmente. Quando Polifilio está prestes a receber Polia nos braços, Polia desaparece e Poliphilo acorda. Desconhecendo-se o verdadeiro autor da obra, é consensual que o seu nome está escondido nas primeiras letras de cada capítulo que juntas formam a frase "Poliam frater Franciscus Columna peramauit" (Frei Francesco Colonna amou Polia intensamente). A obra foi impressa por Aldus Manatius, também conhecido como Aldus, o Velho para se destinguir do seu neto, e é reconhecida como uma das mais importantes obras saídas dos seus prelos pela novidade da arte tipográfica empregue. Ao contrário do que era costume na época, a obra é impressa em caracteres romanos de uma enorme legibilidade. É de realçar também o arranjo tipográfico de vários títulos arranjados em forma de brasão ou cálice, únicos no seu tempo. Ainda que não se saiba ao certo quem foram os autores das 172 gravuras impressas no texto, actualmente é reconhecido como seu autor Benedetto Bordone (1460-1531) como o seu autor. As ilustrações representam personagens hebraicos e orientais, tendo como temas a beleza feminina, o desejo, a arquitectura, a ourivesari e os costumes. Particularmente célebre é a gravura de página inteira constante no fólio m6. Obra raríssima, de extraordinária importância para a cultura e história da tipografia universal.

Hain, 5501; Sotheby’s, Bibliotéque Carlo de Poortere, 4