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Biblioteca Particular Parte IV

DULAURENS (Henri Joseph). COMPADRE Matheus ou as variedades do Espírito Humano.. 1799

O leilão começará em __ dias e __ horas

Preço base: €600

Preço estimado: €800

Comissão da leiloeira: 15%

IVA: Sobre a comissão apenas

DULAURENS (Henri Joseph)
COMPADRE Matheus ou as variedades do Espírito Humano.. Tudo o que he superior à intelligencia do vulgo he a seus olhos, ou sagrado, ou profano, ou abominavel. Traduzido do Francez por ….
Londres: A custa da Compahia, 1799

3 v.; [2], VI, 310, [12] pp., 338 pp., 368, [4] pp.

Manuscrito interessantíssimo da obra publicada originalmente em língua francesa em 1766 com o título “Le Compére Mathieu, ou Les Bigarrures de l’esprit humain”, Londres, de autoria de Henri-Joseph Dulaurens. Parece que apenas conheceu edição portuguesa em 1822 com o título “O Novo Compadre Matheus ou as Extravagancias do Espirito Humano”.
De meados do s. XVIII, “Le Compére Mathieu” é um romance emblemático da época. Nele um grupo de cinco personagens percorre o mundo entregando-se a preconceitos, intolerâncias e fantasias. À viagem sobrepõe-se uma exploração crítica das “extravagâncias”do espírito humano numa escrita de características clandestinas.
Ainda que não mencionado em muitas antologias de literatura francesa, Dulaurens e o seu “Compadre Mateus” foi comparado por Diderot a Rabelais ou Voltaire. Chegando a uma certa obscenidade, a obra vale bastante como documento de uma época. Cada um dos personagens, todos masculinos representam um temperamento filosófico específico que, em diálogos sucessivos, apresentam uma miscelânea de especulações filosóficas e teológicas. Possui também a obra uma grande parte criticando de forma grotesca as teorias sociais de Rousseau.
Marginal, mas sobretudo, segundo alguns, marginalizado, Henri-Joseph Dulaurens, baptizado em 1719, foi constantemente perseguido pelos seus libelos anti-clericais e contrários aos bons costumes. Aos 48 anos foi condenado a prisão perpétua pelo tribunal eclesiástico de Mayence em 1767, tendo permanecido encarcerado nessa cidade durante 21 anos. Por fim a pena é revista e passa os últimos 5 anos da sua vida em Marienborn.
Dadas as opiniões anti-jesuíticas de Dulaurens, não podemos deixar de achar curiosa a indicação nesta tradução de “A custa da Companhia” até atendendo ao contexto histórico em Portugal da segunda metade do século XVIII e que, como é sabido, resultou na expulsão da Companhia de Jesus de Portugal e no não reconhecimento pela Santa Sé até 1814.
Provavelmente manuscrito para a tipografia servindo como esboço da obra impressa, dado o rigor e o cuidado na letra, localização e composição.

 

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