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Biblioteca Particular, Parte I

STATUTOS e constituyções dos virtuosos e reuerendos padres Conegos azuys do especial amado discipulo de xpo e seu singular secretario Joã apostolo e evãgelista e ho fundamento de sua apostolica e muy louuada congregaçã da clerizia secular reformativa em a

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STATUTOS e constituyções dos virtuosos e reuerendos padres Conegos azuys do especial amado discipulo de xpo e seu singular secretario Joã apostolo e evãgelista e ho fundamento de sua apostolica e muy louuada congregaçã da clerizia secular reformativa em a obseuãcia de sua vida
[Lisboa]: Germão Galharde, 1540

8.º; []/4, A-F/8, G/4; [4], lii ff.; 280 mm.

Colofon: Forã impressas estas cõstituições per mandado do muyto virtuoso e Reverendo padre ho padre Frãcisco de sancta Maria sendo Rector geral com sonsentimento e lugar do capítulo e padres que pera as mandar imprimir lhe derã primeyro. As quaes foram impressas ~e casa de Germã Galharde imprimidor. Acabarãse aos. xxv. dias do mes Dagosto. Anno de M.D.xl.

“DA MAIS EXTREMA RARIDADE”, segundo José dos Santos [cf. Samodães]; “é uma obra muito rara e das que Galharde estampou com maior desvelo” [D. Manuel].
Fundada por Mestre João, Martim Lourenço e D. Afonso Nogueira, a congregação portuguesa, aqui lembrada como dos Cónegos Azuis, mas mais tarde como Cónegos de S. Salvador de Vilar de Frades, Cónegos de S. João Evangelista e finalmente de Santo Elói, tem uma cuiriossíma história que aqui não podemos detalhar – veja-se, por exemplo, D. Manuel – mas sobre a qual deixamos alguns apontamentos.
Os seus fundadores, decidindo-se dedicar ao serviço a Deus, estabeleceram-se primeiro nos Olivais, em Lisboa, no primeiro quartel do século XV, logo passando ao Porto, na Igreja de Santa Maria de Campanhã e daí, mais fixadamente, no mosteiro beneditino de S. Salvador de Vilar de Frades que estava abandonado, oferecido pelo Arcebispo de Braga, D. Fernando da Guerra.
Por iniciativa da Raínha D. Isabel, mulher de Afonso V, alteraram o seu nome, adoptando o do evangelista João, e D. Afonso V concedeu-lhes um oratório em Xabregas. Em 1438 recebem o convento de Recião, em 1442, D. Pedro, regente, entregou-lhes o hospital de Santo Eloy e em 1485 começam a edificar uma casa em Évora.
A obra e carisma dos Conegos Azuis passava pelo ensino, obras de caridade e tratamento dos doentes, a que não era estranha a vontade e vocação de Mestre João, médico de D. João I. “Os Cónegos Azuis de Santo Elói repartiam-se pelos hospitais da capital, limpando as enfermarias, consolando os doentes e ministrando-lhse os Sacramentos; praticavam as mesmas boas obras nas cadeias públicas. Durante a peste de Lisboa em 1458, e na de 1493, que principalmente grassava no Porto, os religiosos de S. João dedicaram-se ao tratamento dos enfermos, sacrificando às vezes a vida, como aconteceu durante as pestilências de 1569 e 1579. Os serviços dos Cónegos Azuis nos hospitais eram relevantes e, na verdade, de utilidade pública” [D. Manuel].
Além dos estatutos propriamente ditos, esta obra possui uma história da vida de Mestre João e dos seus companheiros, bem como a descrição da fundação da ordem. Composta em caracteres góticos de 37 e 38 linhas, o livro é um verdadeiro monumento da tipografia portuguesa do século XVI. Servindo-se de material já utilizado – por exemplo, a portada é a mesma do Tratado da Esfera de Pedro Nunes – bem como de capitulares executadas por Valentim Fernandes e João de Cremona, “conseguiu nestes estatutos um resultado notável, pois a sua impressão é, certamente, digna de nota pela sua beleza e finura” [D. Manuel]
bibliog.: Barbosa, II, p. 786; Inocêncio, VII, p. 291; XIX, p. 236; Pinto Matos, p. 231; Anselmo, 622; Palha, 2444; Samodães, 1140; D. Manuel, II, n. 41

 

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