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ANACLETO (António Neves). CORRESPONDÊNCIA enviada por António Neves Anacleto um dos resistentes à ditadura militar do Estado Novo. As cartas foram enviadas de Lourenço Marques e dirigidas a Cunha Leal. Ambas extensas falam dos problemas sentidos pelos mov

O leilão começará em __ dias e __ horas

Preço base: €50

Preço estimado: €80

Comissão da leiloeira: 15%

IVA: Sobre a comissão apenas

ANACLETO (António Neves)
CORRESPONDÊNCIA enviada por António Neves Anacleto um dos resistentes à ditadura militar do Estado Novo. As cartas foram enviadas de Lourenço Marques e dirigidas a Cunha Leal. Ambas extensas falam dos problemas sentidos pelos movimentos “democráticos” nas colónias, em particular de Moçmabique. A primeira, datada de 8 de Fevereiro de 1961, fala do crescente interesse das populações autóctones de se instruirem para poderem tomar conta do país – «Os pretos sentem que em breve serão os nossos senhores, embalados agora por abraços e shake-hands do Governador Geral, e por isso lançam-se numa corrida […] aos nossos estabelecimentos de ensino […] e aplicam-se valentemente ao estudo. A grande maioria dos pretos avantaja-se inormemente sobre os brancos que se sentem senhores sem necessidade de esforço para triunfarem na vida. Dentro de 10 anos, nascerá em Lourenço Marques uma percentagem de intelectuais pretos muito superior dos intelectuais brancos se as coisas não mudarem de rumo» – assim como conta a pressão por parte da polícia política – é impossível reunir 3 amigos sem que a PIDE nos assalte sobre o pretexto de atentarmos contra a soberania do Estado que ela identifica com Salazar». Acompanha esta carta de 5 ff uma outra, cópia enviada de Joanesburgo para o Director do “Portugal Democrático”, jornal que se publicava em São Paulo, questionando o que ali se dizia sobre as colónias portuguesas.
A segunda carta, datada de 31 de Dezembro de 1965, dá conta do projecto de Neves Anacleto de regressar definitivamente a Lisboa depois de ter vendido os bens que possuía no Algarve, podendo assim dedicar-se por inteiro a outros trabalhos. Tece largos elogios a Cunha Leal – «Deste estúpido ódio [a Cunha Leal e que se sentia em toda a sociedade portuguesa, incluindo movimentos democratas], que muitas vezes me atingiu por reflexo, nasceu um grave perigo para a Nação, e foi a desgraça dos próprios democratas por muitos deles terem pretendido loucamente reerguer a Pátria à margem de Cunha Leal e por isto não puderam aproveitar-se das circunstâncias propícias de 1946». 4 ff.
Muito interessante conjunto.

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