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História, Curiosidades & Manuscritos

MANUSCRITO — D. MANUEL II. CARTA dirigida a Penha Garcia. Londres. 1919, 23 de Fevereiro.

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MANUSCRITO. D. MANUEL II

CARTA dirigida a Penha Garcia. Londres: 1919, 23 de Fevereiro.

manuscrito sobre papel; assinatura autógrafa; 4 ff.; 230 mm.

Extensa carta de D. Manuel II dirigida ao Conde de Penha Garcia, José Capelo Franco Frazão, dando o seu parecer e passos que deveria dar após os acontecimentos da chamada "Monarquia do Norte".

A carta começa com uma referência à Conferência de Paz de Paris de 1919 na sequência do final da Grande Guerra, e para a qual Sidónio Pais havia convidado do Conde para representar Portugal. El-Rei mostra-se favorável à escolha de Penha Garcia, mas lamentando que este não tivesse passado por Londres, tal como lhe havia pedido por telegrama, para conversar sobre o assunto.

Começa então uma extensa dissertação sobre os acontecimentos e consequências da chamada "Monarquia do Norte", quebrando o silêncio «para lhe responder, com uma absoluta franqueza e uma afectuosa firmeza.»

Neste contexto, El-Rei considera a situação do país particularmente grave, devendo a tentativa de revolução monárquica ser considerada «de molde a preocupar todos os portugueses que ainda têm amor à sua terra.» Mostra-se totalmente contra, afirmando que tiveram lugar «contra as minhas instruções e sem o meu conhecimento.»

Contextualizando o acontecimento, faz referência a várias convulsões republicanas desde 1914 até 1919, todas elas da responsabilidade dos Republicanos, chegando cronologicamente à tentativa de revolução monárquica:

«Finalmente, após tudo isto que mencionei é que os monárquicos entraram em sena [sic] e depois de terem dado sob a minha direcção um apoio leal e patriótico ao governo do Presidente Pais. Quiz ele tentar uma República moderada, e era o único homem que o podia fazer. Quem encontrou ele a seu lado? Eu e os meus partidários! Qual foi o resultado que obteve? O ser assassinado!»

E conclui, «foi um erro, sem dúvida este movimento monárquico, feito sem a minha aprovação.»

A carta segue então com o argumentário de El Rei que o levaram a decidir não se dirigir ao país sobre o acontecimento.

Carta muitíssimo interessante, que nos dá uma achega sobre o estado de espírito de D. Manuel II depois daquela tentativa falhada de restauração da monarquia.

 

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