COSTA (José Maria das Neves). MEMORIA Militar respectiva ao Terreno Norte de Lisboa. Lisboa. 1888

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COSTA (José Maria das Neves).
MEMORIA Militar respectiva ao Terreno Norte de Lisboa. Revista das Sciencias Militares. […] Por José Maria das Neves Costa, Major do Real Corpo de Engenheiros, em Maio de 1809. Accrescentada com observações e notas do mesmo auctor em 1814..
Lisboa: Typographya e Stereotypia Moderna, 1888.
36 pp., carta militar; 220 mm. Encadernação da época com lombada em pele; títulos a ouro na lombada. Ligeira falha do revestimento na parte inferior da capa anterior.
Separata da Revista das Sciencias Militares, integrando carta militar de grandes dimensões, e que apresenta uma versão revista e aprofundada em 1814, pela mão do autor original, do importante estudo de 1809, da autoria do engenheiro militar português José Neves Costa, em torno do aproveitamento do relevo da Estremadura para a defesa de Lisboa. Neves Costa é hoje considerado uma figura incontornável na história das chamadas “Linhas de Torres”, tendo este seu trabalho, desenvolvido entre Janeiro de 1808 e Junho de 1809, sido considerado como uma importante base para o desenvolvimento das famosas fortificações posteriores, facto que na época não parece ter sido reconhecido e ainda hoje gera polémica no que diz respeito à autoria das “Linhas”. O trabalho de Neves Costa não é um plano para um sistema defensivo baseado em linhas contínuas de fortificações, nem sequer era intenção do autor traçar um sistema defensivo. Segundo as suas palavras, o seu trabalho pretendia indicar e examinar as “posições naturaes que se podem aproveitar para obstar á marcha do inimigo […] deixando ao génio e talento dos generaes a combinação d’estas posições parciaes, para se formar o systema particular da defeza d’este terreno”. Neste sentido estudou e descreveu com bastante pormenor tanto a geografia como as vias de comunicação da península de Lisboa. O trabalho de Neves Costa, embora nem sempre lhe tenha sido reconhecido mérito, esteve certamente na base do trabalho desenvolvido pelos engenheiros ingleses e por Wellington, que viria a resultar na fortificação do terreno a norte da Península. Parece hoje ser inegável a importância deste trabalho que já se encontrava feito e ao qual os ingleses tiveram acesso, e que lhes terá permitido ganhar tempo precioso na preparação da defesa de Portugal. Pequena obra importante e rara.

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