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De Como a Catarina Aprendeu a Ordenar Leilões

Conheça a história de como a Catarina aprendeu a ordenar livros de leilões.

Uma das tarefas necessárias à organização de leilões é colocar os livros na estante pela ordem que consta no catálogo. Tradicionalmente, os catálogos são ordenados de acordo com critérios específicos, que, grosso modo, correspondem a uma ordenação alfabética por apelido do autor ou, na sua ausência, pelo título.

Ordenar livros a partir dos seus frontispícios é um trabalho bastante moroso e pouco prático. No nosso caso, preferimos fazer todos os verbetes por ordem aleatória, ordenando depois através do software de acordo com critérios pré-definidos, fazendo-lhe uma verificação e correcção.

Significa que, depois de todos os verbetes estarem feitos, é preciso reordenar de acordo com o catálogo. Para isso usamos dois números, o primeiro, do verbete e o segundo, do catálogo. Devido à natureza bastante irregular dos títulos – uns brochuras de poucas páginas, outros grossos in-fólios de 20 volumes – é pouco prudente ir colocando na estante, especialmente se as estantes disponíveis forem poucas ou à justa. Irá quase de certeza resultar na necessidade de deslocar um vasto conjunto de títulos para se encontrar espaço no meio da prateleira certa.

Ordenar os livros de um catálogo foi uma das primeiras tarefas específicas que a Catarina teve de fazer. Habituada a receber produtos e colocá-los na estante com determinado método, julgou que usá-lo para os livros seria igualmente eficaz e seguro.

Com anos de experiência na profissão, já com muitos milhares de livros ordenados no currículo, o Nuno deu-lhe algumas orientações e avisos totalmente ignorados. Ao antecipar o cataclismo, os quase quinze anos de experiência de casamento permitiram ainda um breve aviso, saindo de mansinho para se dedicar à colacção de um outro título que, previa, não iria terminar.

Passaram poucos minutos e a catástrofe aconteceu. No chão do armazém estava uma pilha de 5 volumes in-oitavo com o número 6 ou 7, não sabemos precisar, para colocar na primeira prateleira de uma estante sem um milímetro livre. A única solução seria deslocar algumas centenas de títulos já belamente ordenados e prontos.

A Catarina estava em total desespero, desconhecemos se provocado mais pelo vislumbre do trabalho que estava pela frente, se por ter de dar razão à experiência do Nuno, mas acreditamos que muito mais pela primeira.

Nem a já referida experiência matrimonial foi grande ajuda. Mesmo evitando troca de olhares ou palavras com mais do que uma sílaba, o “eu avisei-te” não pensado e muito menos verbalizado, soou como os trompetes de Handel na cabeça da Catarina.

Silenciosamente, o Nuno completou a tarefa e desde esse dia nunca mais houve qualquer problema na ordenação dos livros para os leilões, até recebendo preciosas melhorias provenientes da experiência da Catarina.

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